Tenho uma pergunta pra te fazer: tem alguma mulher que é muito especial na sua vida? Qual? Por que ela é tão importante?
Assim como você, eu também tenho mulheres que são muito especiais na minha vida.
Venho de uma formação familiar de mulheres chefes de família, que me ensinaram desde muito nova sobre o nosso potencial feminino, o quanto somos maravilhosas e podemos alcançar muitas coisas incríveis e inimagináveis.
Mulheres! Que fazem o dinheiro render o mês todo, inventam receitas para conseguirem uma grana extra, ensinam lições de casa que nunca aprenderam. Mas também constroem carros, vão para o espaço, lideram batalhas, governam países.
Apesar de saber de todo o nosso potencial, desde muito pequena vi que nós temos muitos limitadores sociais que nos impedem de explorarmos e sermos toda a potência que somos. Vi também o quanto isso prejudica a sociedade inteira…
Um desses limitadores é a violência doméstica. Fato que infelizmente vivenciei em minha família, herdando dores, traumas e consequentes dificuldades de uma casa que presenciou a violência contra a mulher. Meu pai ainda criança, com cinco anos, viu o pai dele matar a mãe de joelhos na cozinha, implorando desesperadamente para viver e cuidar dos filhos. E por isso o meu maior propósito de vida sempre foi buscar alternativas em prol da segurança das mulheres.
Uma constante atuação que acontece há mais de 30 anos, pois sei e tenho certeza que podemos mudar a realidade da sociedade em que vivemos. Temos muito trabalho pela frente, especialmente no combate à feminicídios. Já se passaram quase 100 anos do assassinato da minha avó, e os índices no Brasil continuam retratando uma dura realidade de violências contra mulheres.
Enquanto vereadora, a luta é a mesma de toda a minha vida, mas os desafios são novos. Em uma Câmara composta majoritariamente por homens, defender os direitos das mulheres ainda não é visto com a importância e urgência que a pauta necessita. Ainda assim com esse cenário nada favorável, o meu mandato teve iniciativas importantes que eu quero destacar pra você brevemente:
- Para o enfrentamento da violência doméstica, estamos trabalhando para o funcionamento aperfeiçoado e com diagnósticos de atuação da Casa Abrigo Travessia e de toda a Rede de Enfrentamento à Violência Doméstica de Uberlândia, com o tratamento adequado de dados obtidos sobre violência. Além da obrigatoriedade da fixação de informativos em estabelecimentos comerciais, com os telefones e locais da Rede para as mulheres buscarem ajuda.
- Fizemos a proposta de uma lei com orientações para o atendimento de mulheres e suas famílias em casos de violência doméstica, e envolvemos os homens através da conscientização da importância do enfrentamento à violência contra mulheres, por meio da “Campanha do Laço Branco” em Uberlândia; projetos em tramitação na Câmara;
- Quero também que todas as servidoras públicas municipais que vivenciam violência doméstica tenham sigilo das suas informações pessoais e que possam pedir para realizar o trabalho em outro lugar, pois sabemos como os homens autores de violência são perversos quando se trata de violência psicológica e financeira;
- Para garantir o direito à segurança das mulheres, ainda estamos batalhando para a implementação do projeto ‘Parada Segura’, o enfrentamento ao assédio e importunação nos transportes coletivos, e também a fixação de cartazes em comércios para incentivar a denúncia de violência e exploração sexual contra mulheres e violação de direitos humanos; projeto aprovado na Câmara nas sessões de julho, mas que ainda precisa ser sancionado pelo prefeito;
- Pelo direito à memória, para o reconhecimento e valorização das mulheres, pedimos nomeações de espaços públicos em homenagem à musicista Cora Pavan, fundadora do Conservatório de Música de Uberlândia, e a Cacica Kawany Lourdes Tupinambá, importante liderança do Movimento Indígena do Triângulo Mineiro;
- Em co-autoria com colegas vereadores(as) aprovamos relevantes projetos. Com a vereadora Amanda Gondim o impedimento de homenagens a autores de violência na nomeação de ruas e espaços públicos e a matrícula preferencial de filhos(as) de mulheres em situação de violência. Com o vereador Queijinho instituímos a Semana de Luta Contra a Violência Doméstica e Familiar.
Assessoria de Criação e Marketing Político – 20/07/2022