Nas últimas semanas de agosto, parlamentares de diversas regiões do país receberam em seus e-mails institucionais, ameaças de morte e “estupro corretivo”. A maioria delas, mulheres lésbicas, foram coagidas por conta de sua orientação sexual e por sua atuação política.
No conteúdo das mensagens, os autores citam o “estupro corretivo” como uma “terapia cognitiva para curar a lesbianidade”, e alegam ter conhecimento de dados pessoais das vítimas, como o local onde moram. Em tom de deboche, oferecem uma visita para testar a prática, afirmando que o ato não é uma violência e sim uma “terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo (sic) feminino porque ser sapatão é ser uma aberração”.
A deputada estadual por Minas Gerais, Lohanna França (PV), recebeu ameaças de morte e violência sexual. Segundo o responsável pelo e-mail, ela promove “irresponsabilidade feminina”, ao instituir a “Semana da Maternidade Atípica”, concluindo que a parlamentar possui “sangue de crianças inocentes” em suas mãos.
Em Uberlândia, a vereadora Amanda Gondim (PDT) também foi vítima de agressões virtuais. Com conteúdo homofóbico, o texto recebido pela parlamentar declara que após o “estupro corretivo”, a mulher “recupera sua feminilidade perdida e volta a ser heterossexual”
A vereadora Cláudia Guerra (PDT) prestou sua solidariedade às vítimas destes atos criminosos. Em suas redes sociais, lembrou que “a internet é mais um de tantos ambientes em que mulheres que se destacam, sofrem intimidações de todos os tipos”. Cláudia afirma que a ameaça virtual também é crime, os autores devem ser investigados e não podem sair impunes.
Luanda Mendes
06 de setembro de 2023