“Borboletas me convidaram a elas. O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu. Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas. […]. Eu penso renovar o homem usando borboletas.” (Manoel de Barros)
Uma produção organizada por Cláudia Costa Guerra, Gercina Santana Morais e Simone Rodrigues Neves, proposta como forma de compartilhar a produção de conhecimento de pesquisadores e pesquisadoras, que, direta ou indiretamente, estiveram envolvidos com a SOS Mulher e Família — hoje SOS Mulheres, desenvolvendo trabalhos voltados ao cuidado das mulheres e seus familiares, vítimas de violências em seus diversos contextos.
A imagem da borboleta é amplamente divulgada em diversas culturas. Figura leve, ligeira e cheia de graça, colore os espaços do nosso imaginário. Símbolo de renascimento presente na natureza, nos remete a sua origem “lagarta”, ser rastejante. A metamorfose nos convida a reflexão sobre o processo da transformação e suas fases de estagnação e atividade; mobilidade e resistência. Nesse processo vale lembrar do lugar indispensável para o espaço entre o “vir a ser” e o tempo necessário de amadurecimento para que o novo ser rompa o invólucro e alcance os ares, em novo estágio do desenvolvimento. Importante considerar que nessa fase de transição, o futuro é imprevisível; e o cuidado e a proteção, fornecidos pelo casulo, tornam-se fundamentais diante das ameaças ambientais e do futuro incerto.
A SOS Mulher Família — hoje SOS Mulheres, organização da sociedade civil base para a obra, carrega desde a sua constituição, em 1997, a imagem referência da borboleta em sua identidade visual. A instituição busca oferecer às mulheres, em situação de violências, espaço de cuidado, fortalecimento e proteção, para que consigam encontrar recursos internos e apoio da rede de enfrentamento à violência, para transformarem a sua trajetória. O objetivo é intervir de modo qualificado, interdisciplinar e por meio de serviços gratuitos em casos que exigem a desnaturalização e desconstrução das relações marcadamente violentas, no âmbito de gênero, conjugal e familiar, com vistas a despertar nas pessoas atendidas o estabelecimento de novas estratégias de lidar com conflitos que se pautem pelo respeito e estejam baseadas na perspectiva de referendar-se na paz e no diálogo.
A versão digital do livro está disponível gratuitamente pelo site da Editora Pimenta Cultural. Faça o download e tenha uma boa leitura!
www.pimentacultural.com/livro/lagarta-borboleta
Equipe Vereadora Cláudia Guerra
19 de dezembro de 2024